21 de out. de 2008

A evolução continua

Os amigos do Team GSX devem ter notado a ausência de informações nos últimos dias aqui no blog. Mas, desde o último Open Day em que participamos, trabalhamos muito e esperávamos voltar aqui com notícias importantes para todos aqueles que torcem pelo nosso sucesso.

Porém, a realidade não tem sido exatamente como planejávamos. Vou, então, dividir com vocês um pouco desta história, que está longe do final, mas que, ao menos para nós, tem reservado emoções muito conflitantes.

No Open Day , tínhamos uma programação para testar muitas modificações feitas no carro. Vou listá-las abaixo para que a compreensão fique um pouco mais clara:

a) mudança no centro de gravidade do Eclipse, para que o peso fosse mais para a traseira, pois mesmo sendo um 4x4, a tração principal é a traseira e seu peso originalmente está mais concentrado na dianteira

b) nova suspensão dianteira, com agregado novo (projeto nosso), novas balanças com linkagem diferente e novos amortecedores com novas molas e pressão diferente

c) novo sistema de direção, mais simples e mais leve

d) reposicionamento do cardã

e) novas portas de fibra de vidro.

Na parte de motor:

a) novos comandos

b) nova bomba de combustivel

c) novo sistema elétrico

d) novos sistemas de proteção e segurança

Como foi comentado anteriormente, no Open Day o plano era dar no mínimo 8 passadas andando devagar no início e melhorando ao longo do dia. O objetivo principal era colher dados através do DataLogger da Fuel Tech e assim acertar os mapas de combustível. E, claro, ver se tudo que foi descrito acima estava funcionando de acordo com o que fora planejado. Nos preocupava muito algum problema de dirigibilidade ou alguma fragilidade não prevista apesar de todos os cuidados que tomamos.

Finalmente, o que nos deixou fora de ação foi uma mera trizeta, que se desmontou devido a uma regulagem imprecisa que fizemos na suspensão. Ela nem quebrou, apenas desmontou, porque montamos a manga de eixo fora de sua posição correta e mesmo sabendo do erro, acreditamos que só precisaríamos corrigir o defeito de volta na oficina. Erramos de novo...

Mesmo assim avançamos. Colhemos dados, descobrimos o que deveríamos mudar na suspensão e para a próxima prova do Velopark, que teria três dias, sabíamos que já poderiamos surpreender muita gente.

Velopark

A montagem do box é um capítulo a parte. Todos os nossos patrocinadores têm colaborado para que o espetáculo seja de primeira. Mas desta vez, quem levantou a taça foi a DALIA. Na sexta pela manhã mandou entregar nos boxes dois painéis com fotos do carro em escala real que deixaram "envergonhados" os outros participantes do evento que tinham painéis semelhantes. De acordo com o Neni (Rafael Andreis), eles foram feitos pela maior impressora da América Latina, que está aqui no interior do Rio Grande, mais precisamente na terra da cooperativa... não é pouca coisa este pessoal!

Mas não ficou só nisso, pois tivemos todos os dias um café da manhã com pães da Breds e produtos da Dalia e do Super Bela Vista. Fizemos novos amigos entre as equipes de outros estados que participaram do nosso café "colonial" e praticamos um pouco da hospitalidade gaúcha. Para nós, que começamos no sambódromo e sofremos com as instalações precárias de Tarumã, este foi um momento de legítima alegria.

Com a sexta feira passando, com o acerto básico do carro na mão, fomos para pista, e em algumas passadas já estávamos beirando a euforia. O carro andava cada vez melhor, o set up do "chão" estava bom, carro na mão, motor "liso". Alguns vazamentos inesperados (junta de papel de centavos) incomodaram e até assustaram um pouco, mas foram solucionados.

O sábado prometia!

Mas, amanheceu chovendo. Chuva teimosa, que não deu trégua. Víamos o dia passar, olhando para o céu e tentando ser otimistas para o domingo. Nosso companheiro de box, que veio de Macapá (Amapá), perguntava todo momento qual seria a nossa previsão para o domingo... E, claro, diziamos - "não te preocupa, aqui é assim, amanhã vai dar um calor de rachar..."

E não é que foi isso mesmo?

Domingo cedo, tudo pronto, preparamos o carro, limpamos as linhas de nitro (pensaram que não íamos usar????) , cálculos, previsões e tudo correndo bem. Para nós, era muito importante conseguir um bom resultado. Afinal , entre muitas coisas, somos os representantes da Associação Desafio que foram mais longe até agora, e esse é um mérito que ninguém poderá mais nos tirar.

Na segunda passada da manhã, o carro apresentou um sintoma estranho, nunca visto antes desde que estamos trabalhando com este motor já há quase três anos. De volta ao box, muita ação física e intelectual para descobrir o que estava acontecendo. Acabamos desmontando quase todo o motor para encontrar o defeito. O virabrequim estava trincado, devido um aparente problema de lubrificação. Problema incomum, que frustrou nossos objetivos, pois sabíamos que obteríamos um bom resultado.

Bola pra frente. É sempre bom lembrar que se conhece os verdadeiros campeões por sua atitude frente as derrotas. Já providenciamos as peças e logo o GSX estará de volta de coração novo.

Mas o domingo ainda teve mais um lance bem legal para a equipe. Um dos nossos patrocinadores, a marca Kebek, que faz entre outras coisas material para limpeza automotiva, trouxe muitos brides para distribuir entre o público presente no Velopark. E o Neni, após receber a incorporação do espírito que guia o Silvio Santos, foi direto para a galera e movimentou o público. Até nos deu um susto quando vimos a arquibancada correndo em direção a ele... Mas era para ganhar os brindes, que não posso esquecer de comentar aqui, são muito bons!

Esse Neni, até sem o boné do time ficou! Se ele ficasse mais um pouquinho por lá , voltaria sem roupa para casa.


E o "outro" Open Day?


Sem o carro principal, e com um novo Open Day já no próximo sábado, acionamos o GSX "reserva". Apelidado carinhosamente (nem tanto) de cascão, é um carro de rua que se parece com o titular, mas as semelhanças acabam ai. Como aqui no sul temos a máxima "não tá morto quem peleia", Fabio Andreis resolveu trabalhar até o último minuto no cascão a fim de transformar o carro em um bólido(?) para dar trabalho ao pessoal que disputa o campeonato da Associação Desafio. Passou a sexta trabalhando sem dormir - de novo - e garante que conseguiu.

De novo, a chuva veio para acabar com a festa.

Se em 2006 e 2007 a chuva não impediu nenhuma prova onde participamos, em 2008 , São Pedro está se vingando!

Tão certo como amanhã será outro dia, sempre haverá outra corrida. E também é certo que estaremos lá.




4 comentários:

Rita Queiroz disse...

"E o Neni, após receber a incorporação do espírito que guia o Silvio Santos, foi direto para a galera e movimentou o público. Até nos deu um susto quando vimos a arquibancada correndo em direção a ele... Mas era para ganhar os brindes, que não posso esquecer de comentar aqui, são muito bons!"

ehehehhe, que momento!!!

Os boxes do Velopark com certeza nunca mais serão os mesmos depois da Dália. Nunca mais mesmo.
É muito legal ver um patrocinador como é a Dália na arrancada brasileira.
Espero que não demore muito para as equipes que estão aí ter um box como o do GSX. Isso só vai engrandecer o espetáculo, na verdade, vai fazer existir um espetáculo.

PARABÉNS PRA DÁLIA PELOS BONITOS PAINÉIS!

P.S.- já comprou seu produto Dália hoje?

disse...

Ficou muito legal mesmo o box, parabéns!!

Adorei o post também, tudo em detalhes ;)

E 01/11??

Beijo

Gu de Almeida disse...

Bah show de bola.

Com certeza a melhor equipe da AD...

Abraços e boa sorte.

Igor Terres disse...

Parabéns à Dália pela iniciativa, muito bacana mesmo...

E muito bem escrito esse post, adorei lê-lo.

Bola pro mato, que o jogo é de campeonato.