O cantor Roberto Carlos, que foi chamado de "Rei" durante muitas décadas aqui no Brasil, costumava abrir seus shows com uma expressão tirada de uma de suas canções : "são tantas emoções..."
Esta também é a melhor definição para o que representou a temporada de 2008 para a equipe GSX. Como uma montanha russa, tivemos altos e baixos, que em muitos momentos foram de tirar o fôlego.
O ano começou com expectativas e esperanças. Um bom projeto, muito trabalho na construção de um carro novo, onde foram aplicados critérios de segurança bastante rígidos. Com a inauguração próxima do Velopark, a temporada naturalmente ficou em compasso de espera, porque a nova pista acabou - e não poderia ser diferente - por dominar os acontecimentos.
Algumas peças do carro que deveriam vir do exterior, demoraram muito a chegar e os cronogramas foram atrasando. E isto, mesmo que involuntariamente, leva a uma certa desmobilização.
Como a vida está sempre em movimento, as coisas mudaram quando a equipe fechou parcerias com a Dália, Kebek e Tubolândia, os principais apoiadores. Com este novo gás, e a consciência de que precisávamos ir para pista dar o devido retorno aos patrocinadores, tudo se acelerou. E com a entrada em funcionamento do Velopark, com pista funcionando e eventos acontecendo, a realidade correu rápida.
Um amigo da casa, que compete há bastante tempo, comentou, com muita propriedade, que "quem corre, vive da lembrança dos bons resultados, mas convive na maior parte do tempo com a dureza da falta de resultados" (profeta Chikinho) .Carros recém montados exigem um período de desenvolvimento para corrigir tudo que não funciona adequadamente, ou não deu o resultado esperado.
Assim, com tempo reduzido, fomos progredindo, sentindo que as possibilidades eram as esperadas e que em algum momento tudo se encaixaria. Expectativa morro acima. Com uma quebra de motor, problema que não era totalmente inesperado, mas que ocorreu totalmente fora da previsão, a expectativa foi ladeira abaixo.
Compromisso é compromisso, e na mais legítima tradição de quem tem a velocidade no sangue, o Eclipse de uso do Fabio Andreis perdeu o motor para o carro de corrida. E voltamos para pista, buscando um bom resultado para a temporada. Como os motores não eram iguais, mesmo sendo do mesmo modelo de carro, foram necessárias muitas adaptações. Trabalhosas adaptações. Serviços mecânicos que não tem nada a ver com performance, mas que são fundamentais para que as coisas funcionem.
Campeonato Gaúcho e Brasileiro, e lá esta o GSX, de novo na pista, lutando com estas dificuldades, mas sabendo que um bom resultado está próximo. Nas primeiras passadas, uma constatação: a embreagem, feita por um fornecedor, não tem o funcionamento adequado. Mesmo assim, com grande dificuldade para engatar as marchas, vai para a pista buscar tempo e colher informações para acertar o carro .
Primeira parte da missão resolvida, e constatando que o acerto do motor ainda estava longe do que era possível e necessário, ficou a constatação que seria necessário desacoplar o motor do câmbio ali mesmo, no autódromo, noite a dentro. Tarefa dura e cansativa, agravada pela ausência do otimismo, que sempre acompanha os bons resultados.
Tarefa concluída, câmbio funcionando um pouco melhor, o objetivo passa a ser buscar a potência que levará a um bom tempo. Pequenos "pepinos" elétricos, daqueles que são simples de resolver, mas incomodam , vão surgindo e sendo superados. Carro na pista e finalmente os tempos começam a baixar. O otimismo cresce...
Com o tempo na casa dos 11s ( que não é ruim, mas também não é bom para o carro), nos preparamos para entrar nos 10s. Carro na pista, alinhado ao lado de uma gaiola, o que sempre causa aprensão devido ao perigo que estes carros representam aos outros competidores!
O pinheirinho, as luzes caem... a gaiola empina, fica na vertical , roda sobre seu eixo e começa a cair sobre o Eclipse. Nós, da equipe, parados ali no alinhamento, assistindo a tudo em uma espécie de câmara lenta e pensando "não é possível..." O Eclipse, em movimento, vai saindo debaixo, ficando fora do alcance do carro que caía, alívio geral !
Mas, logo adiante, um estouro, pedaços saltando do carro por toda a pista...O motor chegou a 8200 rpm e espantosos 5 quilos de pressão de turbo! Fabio Andreis, que estava guiando, e viu a gaiola caindo pra cima dele, pisou fundo para sair dali! Saiu, mas o motor abandonou este mundo. Pra sempre.
Vocês tem de concordar: "são muitas emoções"!
Seqüência de fotos de Diego Metanol. Veja mais no Digital Racing.
3 comentários:
baita fotografo emmm.
dirk werk
Fora a vida, tudo é renovável! Mãos à obra que estamos todos aí para ajudar o Eclipse a entrar nos 10 segundos novamente!
Podem contar comigo!
PS: Boicote às gaiolas! São pedaços de canos e lixo que não vão a lugar nenhum.
Acho que sou um dos que mais quer que esse Eclipse faça o que promete e cale de vez todos que não acreditam nele.
Temos que tirar os "bruti" do carro ainda esse ano, pois 2009 está batendo na porta.
Mãos à obra! Podem contar comigo. Se precisar, temos um FIASA para emprestar. hahahaha
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