1 de fev. de 2010


O Zé Cabelo do blog OldSkool trouxe para nós neste início do ano um pouco da história das arrancadas e dos hot rods - que de tão ligadas se confundem em apenas uma história comum. Lá no passado ( e ainda agora, como veremos) as pessoas queriam construir seus carros para irem mais rápido - e não apenas isso, para andar mais que os carros que outros construiam.

Hoje em dia se fala muito nos EUA - a pátria mãe deste tipo de competição - que nesta atitude que sempre busca a competição está a alma deste esporte. Nesta atitude está a sua capacidade de arrastar multidões. As últimas semanas foram de muito trabalho na sede da Equipe GSX e não dá para deixar de traçar um paralelo com os antigos tempos de hot rods. Os pioneiros do esporte construiam seus carros com as próprias mãos e os levavam para os lagos secos, para as ruas desertas noite adentro e depois para as primeiras pistas desenvolvidas para o esporte.

Foram anos de muita inovação e descobertas, que acabaram por influenciar gerações culturalmente, que cresceram se apaixonando e admirando os automóveis e seus pilotos. Fosse onde fosse, no drive in, na rua ou nas pistas. As pessoas reconheciam o bom trabalho desenvolvido a maioria das vezes à noite nas garagens com ajuda dos amigos ou então nas nascentes Speed Shops que desenvolviam as peças e os designs que mais tarde se tornariam um negócio de milhões de dólares.

Sempre que vou até a oficina dos Eclipses e encontro o Fabio Andreis trabalhando em um monobloco, ou desmontando uma suspenção, toda a história hot rod me vem à mente. O Fabio é um cara que é determinado e quando põe na cabeça que vai fazer alguma coisa, da sua maneira peculiar - para o bem ou para o mal ... - ele consegue.

No momento, está se dedicando à construção de um novo Eclipse para seu irmão e compenheiro de time, Rafael Andreis. Nada mais hot rod que a motivação principal: como já recomendava Oscar Galvez (ídolo máximo do automobilismo argentino) em sua passagem pelas terras gaúchas, Fabio esta "sacando los fierros" para deixar o carro mais leve e mais competitivo. Com as próprias mãos, no melhor espírito hot rod.

Repetindo a história dos pioneiros, ele mesmo esta pintando o carro para poupar recursos que serão mais úteis na compra de peças, capital para levar o carro à pista. Competir com automóveis realmente não é para todos. Mesmo nas provas onde a inscrição é baixa, os gastos com combustível, ferramental, peças, transporte, manutenção do time (por menor que seja) consomem bastante dinheiro.

Por que estou contando esta história?

É simples: um verdadeiro hotroder conhece o seu carro e sabe das suas possibilidades. E este ano a GSX vem disposta realmente a vencer o campeonato da AD. Todo esporte tem fundamentos básicos. Na arrancada, um que não pode ser esquecido é que o maior inimigo, aquele que nunca pode ser vencido, é o peso. Ele é quem deixa os carros mais lentos e frágeis. É o primeiro inimigo a ser superado. Esta é uma premissa tão velha como o automóvel, mas parece ser de difícil assimilação por aqui. Com o novo GSX Street, um passo foi dado para superar esta deficiência. Não é o definitivo, mas poderá ser decisivo durante a temporada.

Olhando o quadro que está se desenhando, as coisas parecem bem encaminhadas.

O Street tem uma meta clara que é o campeonato da AD. Não será fácil, mas as mesmas dificuldades terão de enfrentar todos os competidores. O campeonato da AD é inovador porque exige pilotos competentes, carros de qualidade e por último, velozes. Todos estes parâmetros tem de ser respeitados e mesmo o carro que não é o mais rápido de todos, tem de ser o mais rápido de seu grupo. Os pilotos tem de merecer este título e tirar o melhor que o carro pode lhes dar e por último, os carros não podem ter falhas catastróficas, nunca. Carro bomba não tem futuro em campeonato sério. O GSX Street preenche os requisitos certos.




NOVAS POSSIBILIDADES


Uma ideia que vem ganhando força é transformar o TOP 16 em uma Copa à parte. Seria disputado juntamente com o campeonato AD, mas com um vencedor, pontuação e premiação separada. Esta é uma possibilidade que entusiasma muito Fabio Andreis. Ele acredita que numa competição deste tipo poderá mostrar o valor do GSX Stock. Não há nada definido ainda, mas muitas discussões convergem para este desenvolvimento. Hoje, o maior impasse para se chegar a existência de uma uma Copa TOP16 é a falta de um patrocinador para dar suporte aos competidores. Mas a AD está trabalhando nisso e poderemos ter notícias brevemente.

A outra novidade esperada, esta em nível nacional, foi o lançamento da categoria Extreme Ten Five. Este é uma categoria aberta , com pouca regras técnicas e que diferencia os carros basicamente por seu peso. Em tese, os mais potentes como os V8, são obrigados a ter peso mínimo maior. O elo de ligação entre todos os carros é o pneu máximo da medida Ten five(10.5 pol de largura). É grande a possibilidade do GSX Stock estrear para valer nesta categoria nacionalmente, caso as promessas de competição eliminatória - mata-mata de 8 carros- sejam cumpridas e houver disputa verdeira.

Caso isso venha ocorrer, poderemos celebrar a chegada da cultura hot rod da AD aos eventos nacionais. Com a ajuda de "muitas mãos" ao longo do caminho , como manda a melhor tradição.
(Marco Queiroz)

Nenhum comentário: